Se você é fã de Gestão e do Universo Marvel, esse artigo é para você.
Já alerto que podem aparecer possíveis spoilers sobre o Filme Vingadores: Guerra Infinita, em virtude das analogias que faremos.
Se você assistiu o filme, sabe bem que Thanos é um supervilão que busca arduamente pelas jóias do infinito, com um objetivo claro: evitar que o Universo “entre em colapso” como seu planeta entrou, ocasionando praticamente a extinção de sua espécie.
Apesar de Contraditório, pois sua ideia pressupõe a eliminação de metade do universo, o objetivo é muitíssimo claro.
Em grandes empresas, o que mais presenciamos para a elaboração de uma estratégia, implantação de um novo processo, ampliações, realizar um phase in ou phase out é a Estruturação de um Projeto.
Um projeto, por definição, é um esforço temporário com escopo, prazo e custos definidos, para atingimento de um resultado.
E é aí que os problemas começam a acontecer.
Nem sempre a complexidade de um plano ou projeto é bem avaliada antes de sua execução, o que incorre em revisões constantes de cronograma de deliverables (entregas), além do fato de que o briefing ou venda do projeto para os stakeholders (partes interessadas) tem que estar bem claro, para que não tenhamos resistências e retrabalhos.
Projetos que eram para demorar 1 ano, levam 2, a meta que era de 35% de aumento de faturamento vira 20% e assim sucessivamente.
Estima-se que mais de 30% dos projetos iniciados falham ou não atingem seu objetivo almejado, ou seja, quase 1/3 do total (segundo o Guia PMBOK).
Não vemos esse tipo de erro no “Projeto de Thanos”, que apesar de lutar contra todos os maiores heróis superpoderosos do universo, triunfa no final.
Desde o início, fica bem claro qual o objetivo e qual preço deveria ser pago para alcançá-lo, fato esse que é ratificado quando ele mata a própria filha para conseguir a jóia da Alma, ou seja, sacrificando o que era necessário, além do fato da aceleração do prazo para chegar no objetivo final dentro do estipulado.
Dito isso, sem burocracias ou enrolações, vamos entender as 3 lições mais importantes da “Gestão do Projeto de Thanos”:
1. Propósito e “Venda” do Projeto
Parece ridículo falar sobre isso, mas acredite, não é.
Eu, enquanto consultor, já implantei mais de 200 projetos de aumento de lucro empresarial, seja por redução de custos ou aumento de receitas e uma coisa que é COMUMENTE esquecida é o “Propósito do Projeto” e a “Venda” do mesmo para as partes interessadas.
Todo projeto tem Escopo, Prazo e aquelas outras 7 áreas que você já conhece (Custos, Comunicação, Riscos, Integração, Aquisições, RH e Qualidade) mas onde está o PROPÓSITO?
Muitas pessoas podem afirmar que estaria no Escopo ou mesmo na Comunicação e eu digo em alto e bom tom: pode mas nem sempre está!
Quando vemos a execução do Projeto de Thanos, ele tem um Propósito (mesmo que contraditório) bem claro: evitar o colapso com o excesso de “seres viventes” frente aos “recursos limitados” dos planetas.
E não importa se os heróis, ou quem quer que seja, diga para ele que isso é errado. O propósito ou objetivo é claro, é comunicado e Thanos e sua equipe partem para executá-lo diligentemente.
2. Competência na Execução
Todo e qualquer projeto importante deve ser encabeçado por pessoas competentes.
Vemos, em alguns casos, empresas que designam pessoas que nada tem a ver com o perfil do projeto, aqueles famosos “leitões” que ninguém sabe mais onde colocar e a empresa decide “dar algo para que eles façam ou se ocupem” ao invés de tomarem medidas administrativas.
Isso é um grave erro!
Projetos custam! Custam tempo, Recursos Financeiros, etc. e colocar pessoas que nada tem à agregar ao mesmo, só atrapalha sua execução.
Thanos, por sua vez, recorre a sua elite de servos para a execução do projeto: A Ordem Negra. Ou seja, colocou suas melhores fichas na mesa para o atingimento do objetivo traçado.
Projetos importantes devem possuir o mesmo comportamento: dispor dos melhores recursos humanos para sua execução.
3. Sacrifícios são Necessários!
Em muitos projetos que participamos, a cultura passiva de algumas empresas faz com que tenhamos sempre que estar “medindo” o que será dito, feito ou implementado.
Frequentemente observamos em algumas empresas (mais frequente nas familiares), cargos, projetos e situações que são criadas para alimentar o ego de um ou outro membro influente, ou com o “sangue ou sobrenome certo”.
Isso pode ocasionar que projetos importantes sejam executados parcialmente ou não atingindo seu pleno potencial, simplesmente por não querermos mexer em “feudos” previamente estabelecidos.
Na Jornada de Thanos, vemos exatamente o inverso disso, ele faz literalmente o sacrifício da sua filha Gamora, em detrimento do seu objetivo. Ele necessitava da Joia da Alma para a Manopla do Infinito e, para tal, atira sua filha de um penhasco, visto que essa era a única forma de chegar no êxito.
Conclusão
As coisas são assim: não temos como “fazer um omelete sem quebrar os ovos”. O Ator Will Smith fala uma frase muito interessante que é: “todos querem ir para o céu, mas ninguém quer morrer para isso”.
Portanto, para grandes êxitos, muitas vezes são necessários grandes sacrifícios e boa parte das pessoas ou empresas, enveredam em um projeto e depois, no meio dele, entendem que não querem fazer trade-offs (trocas, escolhas) para abrir mão de algo em detrimento de um bem maior, por passividade, resistência à mudanças ou mesmo por desagradar o “Feudo A” ou “B”.
O ponto é, antes de qualquer execução: Direção, Clareza de Propósito, Coerência, Escolhas e Execução Diligentes são fundamentais!
Se for para entrar em um projeto onde esses ingredientes não estão necessariamente “dentro da receita”, descarte o projeto, ele será mais um na estatística dos 30% de erro.
Grande abraço e muito sucesso!
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