Eu conheço inúmeros empresários em empresas de Médio Porte, especialmente os com o Perfil mais Dominante, que acreditam piamente que Planejamento Estratégico é perda de tempo. 

E em alguns pontos eu não posso discordar, vemos mais de 50% dos Planejamentos Estratégicos falharem miseravelmente quando não são bem executados e desdobrados. 

Explico: dias de outubro ou novembro trancados em uma sala de hotel ou resort, Post its, vários “canvas”, Missão, Visão, Valores e Plano de Futuro. 

Finalizado isso, as coisas não andam como deveriam, o planejamento “engasga” e vira um evento inócuo que em janeiro é totalmente ou parcialmente engavetado. 

Bom, antes de mais nada, o que é um Planejamento Estratégico (P.E.)? 

De uma forma simplista e direta é definir COMO, QUANDO e AONDE chegaremos, levando em conta nossa Visão, especialmente.  

Isso envolve um trabalho sério de pensar o futuro e “concebê-lo ou simulá-lo” de alguma forma, estabelecendo diretrizes ou pilares para isso. 

Na teoria, Planejamento Estratégico é algo lógico e simples de entender. 

No entanto, na prática, muitas vezes ele não funciona como deveria e acabamos sem entender por quê. 

Mas isso acontece por 5 razões que nós observamos quando estamos atuando em consultorias pelo Brasil e pelo mundo. 

Vamos analisar cada um desses motivos. 

1. Falta de Gestão de Projetos 

Sempre que um Planejamento Estratégico é concebido, as ações podem envolver 3 frentes: 

  • CAPEX ou Investimentos; 
  • Melhoria ou Criação de Processos 
  • Abertura de Projetos 

Projetos são esforços com um objetivo e tempo claramente delimitados. 

Quando falamos em projetos, empresas que não possuem um Escritório de Projetos ou profissionais que sejam capacitados em projetos, sofrem e muito com a entrega. 

E aqui abaixo, alocamos 6 pontos que são cruciais para sucesso nos seus projetos: 

Não podemos confundir processos com projetos e, naturalmente, quem não está acostumado com projetos, tende a priorizar a operação do dia a dia, em detrimento aos projetos. 

E aqui eu já vi inúmeros projetos infinitos, ou seja, que simplesmente não tem fim, pois nem um cronograma decente com pacotes claros de entrega, existe.  

2. Desconexão com a Realidade 

Aqui, a famosa megalomania. 

A diferença básica entre um megalomaníaco e um visionário, é que o visionário tem resultado. 

No entanto, quando não conseguimos ter o mínimo de conexão com a realidade ou pelo menos as pessoas conseguirem enxergar como chegaremos aonde chegaremos, fica difícil de “defender”. 

O que é simples de entender, é simples de executar. 

Isso não impede de ter ideias fora da caixa, mas ela tem que ser tangível e viável. 

Já peguei empresas que não tinham o orçamento disponível para estruturar o que estavam desenhando, o que implica em ideias inexequíveis.  

3. Desdobramento Inadequado 

Em geral, desdobrar uma diretriz significa dividi-la em outras, colocando-as sob responsabilidade de outras pessoas e claro, todas as diretrizes desdobradas devem estar intimamente ligadas à diretriz original. 

O desdobramento deve ser feito por metas expressas nos OKRs (Objectives Key Results) e/ou em KPIs (Key Perfomance Indicators) ou indicadores, do nível estratégico até o nível operacional, sendo estruturada para consulta pelo drill down, que é a rastreabilidade até o porquê não chegamos aonde deveríamos ou planejamos  

Se você quer entender um pouco mais como funcionam OKRs, pode ver esse nosso vídeo: 

O problema é quando os Indicadores Estratégicos não têm nenhuma conexão com os indicadores Táticos e Operacionais. 

No fundo os indicadores “de baixo” deveriam refletir nos “de cima”, diretamente. 

Tem um termo em consultoria que é “você puxa e encontra a ponta do novelo”. 

É sobre isso: o desdobramento deve englobar a aspecto top / down, ou seja, estar conectado de ponta a ponta para que consigamos medir e garantir que estamos na direção correta. 

Agora se quiser um bom guia para KPIs, aqui você encontra: EBOOK INDICADORES

4. Processos Instáveis ou Imaturos 

Como falamos anteriormente os processos podem ser impactados pelo Planejamento Estratégico. 

Se não temos um mapeamento de riscos adequado, bem como processos que não são confiáveis, como que caminharemos na direção do que foi planejado? 

Aqui é o que eu sempre digo: PDCA. 

Desdobrar o Planejamento Estratégico para um Planejamento Processual, monitorar a execução, analisar números e atuar sobre as causas dos desvios. 

Simples, direto e efetivo para garantir o que foi pensado. 

Eu já falei aqui nesse Blog e em nosso vídeos no YouTube sobre os 4 Níveis de Consciência Organizacional para você entender melhor esse ponto. 

Clique e leia nosso artigo sobre o tema aqui. 

5. Cultura Organizacional Leniente ou Permissiva 

Aquela chave de ouro dos Planejamentos que fracassam: cultura ruim. 

Tem uma frase atribuída a Peter Drucker que é: “A Cultura Devora o Planejamento no Café da Manhã”. 

Cultura leniente ou permissiva é aquela que tem cobrança frouxa por desempenho, tolera atrasos, não atingimento, desculpas e justificativas. 

Em geral baixo nível de maturidade em ler, analisar e interpretar números, com tendência a agir mais fortemente por feeling ao invés de ser data driven, ou seja, focado em fatos, dados e argumentos. 

Certa vez eu estava em uma empresa lá em Rio Grande, no Rio Grande do Sul. 

E os diretores, que eram sócios do negócio, estavam reclamando enlouquecidamente dos gerentes, que eram passivos, não entregavam resultado, fracos em delegar etc. 

Aí depois de deixá-los reclamando por vários minutos, perguntei: mas vocês sabem de quem é a culpa, não sabem? 

Eles: sim, a passividade dos gestores, a falta de compromisso com a empresa e resultados. 

Eu sorri e disse: não, a culpa é de vocês. 

Depois de alguns segundos de silencia, o CFO olhou para o CEO e começou a rir, dizendo: gostei desse consultor, ele é topetudo e começaram a rir. 

Isso aqui é um dos pontos mais críticos e, ao contrário do que se possa parecer, é responsabilidade da diretoria, pois ela PERMITE que isso ocorra. 

Nessa parcial de uma mesa redonda, falamos exaustivamente sobre o tema Cultura Organizacional: 

Conclusão: 

Não é o P.E. que não funciona, pode ser que ele não funcione na sua empresa. 

Essa metodologia pode ser orquestrada, adequada e sequenciada para de fato funcionar em qualquer organização e cultura, no entanto, se esses 5 pontos que citamos, não forem trabalhados corretamente, pode ter certeza que fazer P.E. será uma imensa perda de tempo. 

Dito isso, quer saber como fazer seu Planejamento Estratégico de forma clara, concisa e detalhada? 

Entre em contato conosco, adoraremos te explicar.

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Sobre o Autor:Victor Vitorette
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Victor Vitorette é Diretor das Operações com mais de 20 anos de carreira nas áreas de Gestão de Custos, Produção Industrial e junto à Ferreira Filho Associados, geraram mais de R$ 1,35 Bilhão em resultados nos clientes, através da aplicação de metodologias voltadas a Redução de Custos e Despesas e Aumento de Faturamento.
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