Eu sei que é tentador, especialmente para empresas que faturam menos que R$ 25 milhões anuais, deixar de fazer seu Orçamento Empresarial (Budget), afinal ele demanda esforço, precisa de reuniões de aprovação e acaba parecendo um ritual ou burocracia desnecessária.
Além disso, vários gestores e sócios justificam que “para que farei um orçamento, já que tudo no Brasil muda a todo momento, de legislação a cenário econômico”?
Mas é exatamente por esse motivo que você deve ter um orçamento, para entender cenários, prever riscos e ter uma menor exposição a eles, pensando em contramedidas, caso algo nesse sentido se concretize.
E que fique claro: em um Orçamento Empresarial a única certeza que você vai ter é que vai errar, seja para cima, seja para baixo e isso é parte do jogo, no entanto usar o argumento de que não faz sentido realizá-lo
O saudoso mestre em gestão Peter Drucker já dizia que “A melhor forma de prever o futuro é criá-lo” e isso é diretamente aplicável à uma empresa.
Dito isso, trago aqui os 5 Motivos Cruciais do porquê você precisa fazer seu Orçamento Empresarial.
1. O Orçamento Empresarial gera Pressão e Esforço Coletivo Organizado
Sim, é isso mesmo que você leu e entendeu: pessoas precisam de propósito, mas também necessitam de réguas, referências e em alguns casos de uma dose de pressão por resultados.
Essa pressão deve ser orgânica, ou seja, os sistemas de resultado da empresa estando conectados já podem providenciar a dose adequada de torque e exigência, afinal com um orçamento vai clarificar para seu time de vendas as metas de volume / R$ a serem vendidos e faturados, vai dar uma transparência maior de quanto e como cada departamento pode ou deve gastar ou investir para atingir seus resultados e assim por diante.
Com metas claras fica muito mais fácil de cobrar, sempre de forma profissional e estruturada, os resultados que necessitamos, afinal os próprios números fazem o papel de dar a dimensão de quão longe estamos da nossa meta, que impactam diretamente nos nossos resultados.
Nesse sentido, as pessoas começam a se organizar para encontrarem soluções, visto que temos uma referência clara de “onde queremos chegar”.
Soma-se a isso um(a) líder competente, participativo(a) e exigente e a tendência de resultado é muito maior.
2.Um Orçamento bem-feito reduz Gastos (custos / despesas) e Aumenta o Lucro
Neste ano tivemos um caso curioso em um de nossos clientes.
Ele faturou 23% a menos (Receita Bruta), no entanto gerou 30% a mais de resultados (EBITDA).
Por que isso ocorreu?
Simplesmente porque ele conseguiu, através de uma reflexão na execução do seu orçamento em conjunto conosco, identificar vários pontos que vinham sendo considerados como “gastos históricos” e que eram todo ano incrementados, sem qualquer tipo de análise aprofundada ou técnica.
Isso quer dizer que hoje na sua empresa, independentemente do segmento pode estar deixando “dinheiro na mesa”, ou seja, deixando de lucrar mais.
Outro exemplo eu fui CFO em uma empresa de saneamento, só de aprofundarmos o orçamento e eu colocar uma trava nas transições de verba entre departamentos, conseguimos economizar mais de R$ 2 milhões, que seriam completamente entregues a gastos sem qualquer avaliação estratégica ou de prioridade pela alta gestão.
3.O Orçamento te torna mais Competitivo
Ratificando o fato acima, se você se torna mais enxuto, se torna mais competitivo, é uma lei dos negócios.
Com custos menores, você pode se dar ao luxo de cobrar uma margem maior ou mesmo baixar seus preços mantendo a sua margem, tornando-se uma pedra no sapato dos seus concorrentes, conforme o gráfico abaixo:
4.O Orçamento permite que você faça Benchmarking
Quando você tem seus percentuais em relação a sua ROL (Receita Operacional Líquida ou Faturamento Líquido) você consegue se comparar (benchmarking) e isso é importante.
Não sou superfã de comparações a todo momento, no entanto, bem utilizado o benchmarking “faz chover”.
Afinal, se você consegue ver que sua MC (% Margem de Contribuição) está muito aquém do seu concorrente, fica fácil de entender que você tem que trabalhar nos seus custos, sejam ele de aquisição de Matéria-Prima, ineficiência do seu sistema operacional e até mesmo Precificação, podendo estar dando muitos descontos.
Outro exemplo é comparar suas áreas e processos de apoio (% Overhead) que podem estar inchadas ou mesmo subdimensionadas para a necessidades e nível de exigência do mercado.
Desta forma, o foco da ação fica direcionado e você consegue “balizar” sua estrutura para ser mais agressiva, competitiva ou fazer algo completamente diferente do que seu concorrente está fazendo, como por exemplo, melhorar e elevar suas despesas de pós-venda, no entanto diminuindo reclamações, devoluções e impactos na sua imagem, que com certeza também valem muito em reputação e resultado ($).
5.O Orçamento te dá maior Previsibilidade
Pois é, lembra que eu falei que no Brasil temos um grande problema de previsibilidade?
Nesse sentido, se faz ainda mais necessário um Orçamento Empresarial, pois você prevê um cenário aproximado e se ele fica muito longe do realizado, você deve reajustar as velas para não ficar como um barco a deriva.
Desta forma, fazer um Orçamento Empresarial te proporciona saber seu resultado previsto e sua geração para Fluxo de Caixa, propiciando uma melhor modelagem financeira que vai culminar em maior liquidez para saldar compromissos e tranquilidade para fazer negócios de qualidade.
Lembre-se: “Caixa é Rei” e só é possível ter caixa, gerando-se resultado econômico via seu DRE – Demonstrativo de Resultados do Exercício que foi orçado e é cobrado adequadamente.
“Mas Cícero, vou ter que rever meu orçamento a todo momento?”
Não, eu recomendo uma revisão semestral ou no máximo por quarter (trimestral), com um novo orçamento previsto ou com base em um forecast, que nada mais é que um Orçamento Ajustado pela realidade ou tendência atual de mercado.
Eventualmente no forecast você pode adicionar um “temperinho” de desafio e lançá-lo como Orçamento Revisto, ou seja, fazer algo híbrido.
6.Bônus: uma análise orçamentária em DRE melhora sua Precificação
Se você está precificando sem usar seu DRE como referência, sinto lhe informar que temos problemas.
Toda precificação (técnica e adequada) deve levar em contas referenciais orçamentários ou realizados do DRE e tendo um orçamento fica muito mais simples de você prever sua “Tabela de Preços do Ano X”, afinal você já projetou a sua empresa para um nível de receita, gastos e resultado e isso deve se refletir no seu preço, naturalmente levando em conta a avaliação de mercado daquele momento específico.
Se quiser saber mais sobre Precificação e porque eu estou citando isso, manda um WhatsApp para nós que te enviamos um link com vídeo de uma Palestra de Precificação fantástica que fizemos.
Cícero, por onde eu começo?
Sempre pelos cenários de receita.
Pense em 3 cenários: Pessimista, Realista e Otimista.
Discuta ostensivamente esses cenários entre a diretoria e a área comercial e cheguem em um consenso exequível.
Feito isso, todo o resto deve “se acomodar abaixo” da receita, em uma estrutura de DRE, gerando por fim a última linha de Lucro Líquido ou pelo menos enxergar até o EBITDA (LAJIDA).
Outra coisa: não adianta nada fazer um Orçamento e engavetá-lo, ou seja, não se reunir mensalmente para discutir Planejado x Realizado.
Para isso, nós utilizamos o PGO, que é o Programa de Gestão Orçamentária, que prevê todo o processo desde a concepção do Orçamento até a sua análise e Tomada de Ação sobre Desvios, que você pode entender abaixo:
Ficou confuso ou precisa de uma mãozinha?
Então eu tenho um convite a te fazer se você precisa de ajuda:
Clique agora e nos contate via e-mail ou WhatsApp caso queira entender melhor como funciona um Orçamento Empresarial, como implementá-lo na sua empresa e quais resultados ele pode te proporcionar.
E aí, vamos construir seu orçamento?
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