Simplificação X Método

Você já ouviu falar de Orçamento Base Zero?

Hoje vivemos uma coqueluche de adaptação light de métodos, religiões, colocações, posicionamentos, etc, que se adequam a necessidade, disciplina (ou falta dela).

Isso acontece na nossa vida privada e também nas organizações, que cada vez mais tentam adequar métodos consagrados em um jeito mais simples, fácil e divertido ou lúdico de serem feitos.

E Isso engloba utilização de Post-It, Canvas na parede, Canetas coloridas, etc (nada contra, eu utilizo-os com frequência).

Porém, tudo isso pode (e deve) ser utilizado para facilitar o entendimento em uma espinha dorsal de método por trás, para evitar perda de tempo e retrabalhos.

Como costumo dizer, não existe mulher meio-grávida, ou ela está grávida ou não está e, para métodos de Alavancagem de Desempenho o mesmo se aplica: ou você faz o que tem que ser feito ou não perca tempo querendo mostrar um esforço bonito para a Diretoria.

Metodologia OBZ

Frequentemente quando falamos especificamente da Metodologia OBZ (foco do artigo), inúmeros prospectos, clientes e até concorrentes, acreditam que já fizeram ou sabem exatamente como colocá-lo em prática.

Isso se dá pela volatilidade e superficialidade que hoje o acesso à informações provoca, dando a falsa impressão que lendo um livro, um artigo ou mesmo um parágrafo, você já se torna entendido do assunto.

Veja, sou adepto do acesso à informação, tanto que nós produzimos inúmeros conteúdos empresariais para empresas que querem elevar seu desempenho.

Mas existe uma grande diferença entre entender contexto e saber aplicar algo na sua essência e prática.

Quando falamos em OBZ (Orçamento Base Zero), devemos entender a fundo seu conceito.

Isso, porque ele foca fortemente na redução de desperdícios, chegando a gerar até 30% mais EBITDA para empresas que nunca o aplicaram, de um exercício para o outro.

Para quem não conhece, o OBZ é uma metodologia de Orçamentação que nasceu nos Estados Unidos na década de 60, em uma empresa chamada Texas Instruments.

Seu êxito foi tão grande nessa empresa, que o ex-Presidente Jimmy Carter, então governador da Geórgia, levou os executivos que aplicaram o OBZ nela, para implantarem no seu estado, atingindo resultados impressionantes.

O principal diferencial do Orçamento Base Zero é que ele não olha para o passado para prever o orçamento.

Ele parte do conceito de Limiar, que é o custo mínimo que o departamento precisa incorrer para atender ao pior cenário sem comprometer exigências legais.

O OBZ compreende 3 Macro-Etapas de implantação:

Orçamento (OBZ) Raiz x Nutella

O verdadeiro Orçamento Base Zero

Uma de suas principais características, além de não olhar para o retrovisor para iniciar o Orçamento, é ser construído de baixo para cima, das lideranças e gestores para a Diretoria e não Top – Down como a maioria dos Orçamentos.

Porém, quando analisamos a fundo, em um Diagnóstico Empresarial, a forma com que vários OBZs são compostos, temos somente o Orçamento Tradicional com uma outra customização para deixá-lo menos agressivo e trabalhoso.

Essas adaptações se dão pela lassidão de entrar no detalhe, de analisar, de criticar desperdícios e de mexer na Cultura e Status Quo estabelecido na empresa.

Aí quando toco no tema de Execução do OBZ (Macro-Etapa 2 acima citada), prezado leitor, cito que é para quem tem estômago, pois ele revira, e muito, a forma com que as coisas funcionam hoje, ou seja, Cultura Organizacional, onde o OBZ, diferente de outros métodos, possui 6 passos:

Orçamento (OBZ) Raiz x Nutella

De cara, já percebemos várias diferenças, como o Definição de Donos de Pacote (DPs) que nem sempre são os principais gestores verticais (departamentos), bem como Limiar, Book de Decisão e um ponto fundamental: Caixa de Ferramentas.

E aí é que vem o detalhe:

Como eu vou saber o que deve ser ou não Limiar ou Custo Mínimo, se eu não tenho padrões de comparação?

Para isso usamos a Caixa de Ferramentas, ao contrário da Reengenharia dos anos 90 que saía cortando tudo sem critério, no feeling, bom senso ou achismo.

O Orçamento Base Zero usa inúmeras ferramentas de suporte para isso, visando estabelecer padrões para chegarmos ao Custo Mínimo Limiar, proporcionando o corte somente de Desperdícios e Processos que não são prioridade para o cenário de receitas previsto.

Para você ter uma ideia da efetividade e profundidade da Metodologia, veja abaixo algumas referências de aplicação do OBZ no primeiro e demais anos na média das organizações (sendo PBO o Orçamento Original, que no OBZ só serve para comparação de economia):

PBL

Primeiro Ano: 50% a 66% do PBO

Demais Anos: 67% a 80% do PBO

PB2

Primeiro Ano: 67% a 80% do PBO

Demais Anos: 81% a 90% do PBO

PB3

Primeiro Ano: 81% a 90% do PBO

Demais Anos: 91% a 95% do PBO

Aqui temos o PBL (Pacote Base Limiar), PB2 (Pacote Base 2) e PB3 (Pacote Base 3), que são cenários de decisão, comparados ao Orçamento Original (PBO).

E todas essas referências com um método forte, embasando os cortes de desperdício, garantindo saúde atual e futura (sustentabilidade dos resultados) para a empresa.

Portanto, da próxima vez que falarem para você sobre OBZ, critique, entre no detalhe e questione, pois nem tudo que reluz é ouro.

Orçamento Base Zero Raiz x Nutella

Para ter certeza que você não está caindo na armadilha da simplificação exagerada, verifique as descrições abaixo, do OBZ Raiz x Nutella:

OBZ Raiz

  • Donos de Pacote e Gestores buscammelhorias ousadas
  • Donos de Pacotes e Gestores seaprofundam em metodologias de   controle e Redução de Custos
  • Controller e Donos de Pacote sujam opé de graxa
  • Planejamento eCobrança pela Execução
  • Foco nas metasdefinidas pela Diretoria
  • Resultados Mensuráveis
  • Sustentabilidadee Nível de Serviço

OBZ Nutella

  • Donos de Pacote e Gestoresno Ar Condicionado
  • Muita Burocraciae Papelada e Pouca Ação em Campo
  • Corporativismo eMelhorias Superficiais
  • Donos de Pacote Gestores acham as metodologias de Redução de   Custos complicadas e não se aprofundam
  • Power Point bonitinho e Planinho de Ação que ninguém vai executar
  • Desculpas e Justificativas, Baixo Resultado

Enfim, nosso enfoque aqui foi clarificar o Conceito de OBZ, desmistificando o que muitas empresas e departamentos de Orçamentação e/ou Controladoria fazem:

Pegam um Sistema ou Planilha Excel com o Plano de Contas vazios e começam a preencher na experiência dos gestores ou com base no histórico e chamam isso de OBZ.

Está muito longe de sê-lo, o método é muito mais profundo do que isso.

Quer aprender mais sobre OBZ?

No nosso Canal do YouTube  tem uma Aula Magna completa sobre o tema, totalmente gratuito.

Agora se você quer Mentoria ou Conhecimento para implantar com quem já gerou mais de R$ 1Bi em Resultados por meio de Redução de Desperdícios ou Aumento de Receita, nos procure, teremos satisfação em te atender.

Grande abraço e muito sucesso!

Sobre o Autor:Victor Vitorette
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Victor Vitorette é Diretor das Operações com mais de 20 anos de carreira nas áreas de Gestão de Custos, Produção Industrial e junto à Ferreira Filho Associados, geraram mais de R$ 1,35 Bilhão em resultados nos clientes, através da aplicação de metodologias voltadas a Redução de Custos e Despesas e Aumento de Faturamento.
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