Se você convive, lidera ou trabalha frequentemente dependendo, colaborando ou interagindo com pessoas, esse texto é para você.

A transmissão e compartilhamento de ideias é uma ferramenta fantástica e eu sei que Comunicação parece um assunto batido, porém, nós seres humanos apesar de sermos detentores dessa habilidade, ainda somos muito “inexperientes” no seu uso.

Um ponto simples, mas menosprezado por líderes, membros de time, etc, são os passos da comunicação.

A comunicação tem 5 grandes “atores” em seu elenco:

  1. O Emissor, que é quem emite a mensagem;
  2. O canal escolhido por esse emissor, que pode ser escrito, falado, telefone, presencial, virtual / remoto, etc;
  3. A mensagem em si, que é a ideia que queremos transmitir;
  4. O receptor, que é a pessoa ou as pessoas que estão recebendo a mensagem;
  5. E por fim, o Feedback ou Retorno, que é o “check” do emissor, para garantir que a mensagem foi entendida.

De problemas corriqueiros que temos em relacionamentos pessoais, como não entendimento de pequenos combinados do dia-a-dia, temos problemas de comunicação que são bem mais graves, levando ao fim de relacionamentos, amizades, famílias e até organizações inteiras.

Parecem pontos básicos e triviais, porém em minha carreira como consultor, eu já cansei de pegar aviões ou me deslocar de onde estava de forma emergencial para sanar problemas gravíssimos, simplesmente por uma comunicação efetuada de forma inadequada.

No âmbito profissional, já vi empresas quebrarem por seu “topo da pirâmide” não saber passar de forma adequada a mensagem da Estratégia, ou seja, seu porquê, como, quem e quando.

Certa vez, tive que perder meu final de semana, cruzar o país em mais de 3.000 quilômetros e estar presente em uma reunião do “board” (diretoria) de uma empresa pela inabilidade da mesma em ser clara que tínhamos que implantar uma nova política de cobrança de resultados, cortando os custos em 20%, pois se isso não fosse feito, a empresa ia ter sérios problemas com capital de giro.

Eles não conseguiam expressar de forma coesa o que estava acontecendo e nem tampouco fazer com que a informação fosse capilarizada pelos seus gestores para a base.

No final da conversa, depois do CEO ficar “mais enrolado que papel higiênico” sem definir nada, peguei a palavra e disse: “pessoal, temos um problema grave, se não cortarmos 20% dos custos e despesas, vamos quebrar e, ao invés de perdermos 120 postos de trabalho que temos que cortar agora, perderemos 520, ou seja, a empresa toda”.

Os gestores ficaram atônitos, dizendo que não tinham entendido que era tão grave, ou seja, não estava claro.

Não é incomum ainda hoje eu receber pessoas na minha sala com um problema que “o fulano fez isso ou aquilo”, “isso está errado, temos que fazer algo” e eu pergunto para a pessoa: “você já falou exatamente isso para ela?”.

De respostas evasivas como “não tinha pensado nisso” ou “imagina o que ela vai pensar” a mais grave é “essa pessoa já deveria saber disso”.

Ledo engano, meu querido(a), ele ou ela não deveria saber.

Mesmo que você acredite que ele(a) deveria saber, inúmeras vezes você deve reforçar, pois entendimento holístico é habilidade de poucos e, pode ser só o SEU ponto de vista, não o da pessoa.

Em segundo lugar, temos que entender que um dos pontos mais conturbados e que “acreditamos” ser o mais importante é a mensagem, e nela, a linguagem efetivamente “verbal”, ou seja, “o que” falamos (as palavras) representam somente 7% da comunicação como um todo e que 38% é o “como” você diz, sua entonação, oratória, etc e, a comunicação “não verbal”, ou seja, gestual ou comportamental representa o total de 55% da mensagem.

Então além do “o que” você vai dizer, preste atenção no “como”, escolhendo o canal certo e da maneira certa.

Para exemplificar isso, em palestras de comunicação eu sempre digo: “pense terminar um casamento de 10 anos pelo Whatsapp, lhe parece lógico fazer isso?

Na resposta 100% das pessoas afirmam que não e eu digo, “pois é, então por que mandar um e-mail de cobrança mal educado com cópia para o Diretor da pessoa ao invés de ir até a mesa dela e resolver como duas pessoas adultas, não crianças mimadas?”

Nesse momento as pessoas se entreolham e dão risada, mas isso é grave.

Além disso, temos um fato básico esquecido por muitos: a responsabilidade do entendimento da mensagem é do emissor, não do receptor. Com base nisso, para uma comunicação “limpa”, coesa e com maior chance de acerto, você deve “clarificar” as coisas.

Saia do “eterno” planejamento, diga não à auto complacência e parta para ação, seu sucesso não pode e não deve ser procrastinado.

Preste bem atenção: não temos só problemas de comunicação, existem pessoas que adoram “zonas cinzentas”, pontos dúbios em interpretação, exatamente para não deixar as coisas claras e ela não se comprometer com carga de trabalho, resultado, etc.

Então, da próxima vez que você quiser usar essa ferramenta brilhante e maravilhosa que é a comunicação, seja cordial mas “estupidamente” claro, aparando arestas e limpando as “zonas cinzentas” do mal entendimento e veja o poder da comunicação emergir bem na sua frente.

O óbvio também precisa ser dito, lembre-se disso.

Se o fizer, tenho certeza que seus resultados vão mudar.

Grande abraço e muito sucesso!

Sobre o Autor:Victor Vitorette
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Victor Vitorette é Diretor das Operações com mais de 20 anos de carreira nas áreas de Gestão de Custos, Produção Industrial e junto à Ferreira Filho Associados, geraram mais de R$ 1,35 Bilhão em resultados nos clientes, através da aplicação de metodologias voltadas a Redução de Custos e Despesas e Aumento de Faturamento.
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