Aquela velha frase de que Custos são como unhas, você sempre deve estar cortando, em um mundo competitivo como o de hoje, nunca fez tanto sentido.

Porém, quando se fala de Custos, Despesas e demais gastos, percebemos que existe uma Zona de Conforto na grande maioria das empresas: elas gerem e cortam o que está MAIS NA CARA, o mato alto.
 
Porém, nesses quase 20 anos de trabalho nas mais variadas empresas, existem Custos que são importantíssimos de serem geridos e muitas vezes passam despercebidos.
Existem vários, mas vamos trazer aqui 3 deles:
 

1. Custos Marginais: o custo de aquisição para expansão da força produtiva muitas vezes é menosprezado e a compra de equipamentos / contratação de mão-de-obra acaba sendo inviável pelo grau de ocupação desses itens, quando se inicia um novo projeto.

Na empolgação de novas tecnologias e projetos ambiciosos com mil promessas entrando, os CFOs, Controllers e Analistas de Custos deixam de calcular corretamente esse ponto, não entendendo no detalhe a viabilidade da empreitada.

Como Calcular: Baixe nossa Planilha de Cálculo de Custos Marginais.



Pontos de Atenção: toda vez que você tem um novo projeto que pressupõe aumento de volume, precisa entender que ao aumentar sua “força produtiva operacional” terá custos que terão que ser diluídos / absorvidos.

Se você compra equipamentos, terá que diluir a Depreciação no novo volume, se aumenta sua mão-de-obra direta, terá que diluir as horas/R$ dessas pessoas no volume a ser produzido e, se esse volume não for suficiente para diluir eficientemente os custos, você terá problemas.

Seu precificador / pricing pode até mostrar que você tem uma boa margem, mas se você não prestar atenção a esse ponto, entendendo o lote mínimo para diluição dos custos, pode entrar em uma roubada, tendo margens negativas nesse novo projeto.

2. Custo não Absorvido: se eu for falar sobre isso com um Contador #raiz, é capaz de ele querer me matar mas, nem todo Custo Deveria ser absorvido.

Sim, isso mesmo, o Custo que cada Produto / Serviço deveria absorver é o Custo Plano (Pricing ou Gerencial com perdas “toleráveis) e todo o resto do lixo de improdutividade, scraps, refugos, defeitos, etc, deve ser destacado como Sub-Absorvido.

O que estou citando aqui não é para burlar o sistema de Custo por Absorção, é simplesmente para destacá-lo em um DRE Gerencial, apresentando todo o grau de ineficiência operacional, bem mais apropriado para tomadas de decisões.
 
Fazemos isso com frequência em nossos clientes e ele chega a ser algumas vezes superior a 35% dos Custos Planejados.


Esse custo corrói inúmeras empresas que, sem perceber, continuam improdutivas e não sabem por que o Custo Real fica tão distante do Plano, mês após mês.

Como calcular: Assista nosso vídeo sobre Custo ABC x CLO (Capacidade Lucrativa Otimizável) para entender melhor como calcular.

Pontos de Atenção: esse aqui requer muita maturidade de Gestão de Custos para fazer, pois boa parte dos profissionais tem resistência a metodologias de Desdobramento e Gestão de Custos como Cost Deployment, UEP, CLO, Custo ABC, etc.

O importante é usar o melhor de cada metodologia e não ser um radical que prega um sistema de custeio que não apresenta o que sua empresa precisa saber, simplesmente por falta de conhecimento ou mesmo lassidão.

3. Custos de Portfólio: esse é clássico!

Eu sou um entusiasta da Inovação, porém quando vejo a quantidade de SKUs (novos produtos e serviços) que alguns clientes lançam todo ano, sem tirar de linha produtos e serviços antigos, chega a me dar arrepios.

Pare e pense de forma HOLÍSTICA, na CADEIA TODA, de esforço para Gestão dos Insumos, Semi-Acabados, Estoques, Trabalho Administrativo, etc, de produtos antigos, que muitas vezes tem MARGEM ou VOLUME de Curva B ou C.

Chega a ser insano, mas existe uma resistência das empresas em abdicar de produtos e serviços antigos (fazer Trade Offs), mesmo quando provamos sua ineficácia e falta de resultado.

A palavra chave aqui é #vaisemmedo e #desapego, pois esse ponto atrapalha toda a Cadeia Produtiva de forma assustadora.

Como calcular: Faça um levantamento de Curva ABC de Volume e Margem de cada produto.

Separe todos os produtos de Curva C e verifique quanto eles correspondem de margem.

Levante a Carga Operacional em Horas e R$ que esses produtos demandam da Cadeia Produtiva para serem produzidos / servidos.

Compare a Margem R$ gerada com o Esforço R$ da Cadeia Produtiva: se o esforço for maior que a Margem, é hora de reconsiderar.

Pontos de Atenção: essa é uma análise para especialistas em Custos e em Mercado, não é uma decisão para se tomar sozinho. tome cuidado ao cortar produtos de Curva C que podem ser catalisadores em vendas casadas ou mesmo estratégicos para posicionamento de mercado.

E aí, quais custos sua empresa não enxerga hoje?

Será que eles não podem estar impactando negativamente na sua Margem e Lucro Líquido finais?

Grande abraço e muito sucesso!

Sobre o Autor:Victor Vitorette
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Victor Vitorette é Diretor das Operações com mais de 20 anos de carreira nas áreas de Gestão de Custos, Produção Industrial e junto à Ferreira Filho Associados, geraram mais de R$ 1,35 Bilhão em resultados nos clientes, através da aplicação de metodologias voltadas a Redução de Custos e Despesas e Aumento de Faturamento.
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