3 Motivos pelos quais sua empresa não deve “Gerar Lucro”

Antes de mais nada, gostaria de alertar que esse não é um jogo para qualquer empresa ou empresário.

Primeiramente, vamos alinhar algumas definições simples para os conceitos de lucratividade:

  • EBITDA ou LAJIDA é o Lucro antes de Impostos e Tributos, Depreciações e Amortizações. Resumindo, é a capacidade de entender se a empresa consegue ou não gerar CAIXA com a operação;
  • EBIT ou LAJIR é o Lucro antes de Juros, Impostos e Tributos, ou seja, o Lucro Operacional da empresa;
  • Já o Lucro Líquido é a apuração de tudo que sobrou de Recurso em forma líquida (dinheiro, resultados) em uma empresa ao final de um período;

Dito isso, você sabia que a geração de Lucro Líquido, EBIT, EBITDA, etc, não é a mais suprema medida de desempenho de uma empresa?

Alguns podem achar que o que estou falando é insanidade ou loucura, então trouxe alguns “amigos” para me “defender”, que acredito que não sejam quaisquer uns, mas sim gente grande que entende do assunto.

Primeiro, Flávio Augusto da Silva, bilionário brasileiro, fundador da Wise-Up e acionista do Orlando City, proferiu uma palestra em 2015 para um grupo de quase 4.000 pessoas, onde cita que mais importante que gerar lucro, é gerar valor, equity, ou seja, patrimônio.

Ele inclusive cita que isso pode soar estranho para 99% dos empresários brasileiros e que esse é um jogo diferente.

Depois temos um “mago” como Jeff Bezos, que se tornou bilionário com uma empresa que não lucra, a Amazon. E pior, ele se diz completamente satisfeito em não gerar lucro.

E por que? A Amazon fatura próximo de US$ 90 Bilhões, mas seu lucro sempre fica próximo de zero, pois ele reinveste todo o recurso que tem, gerando ainda mais valor para seus acionistas.

Certo Cícero, isso eu entendi, mas como é que essas não são as principais medidas de resultados de uma empresa?

Eu explico: existem três outros indicadores que são comumente esquecidos no processo de entendimento dos negócios:

  1. ROIC: Return on Invested Capital ou Retorno sobre o Capital Investido, que basicamente mede quanto o investimento dos acionistas está “rendendo” na operação do negócio.
  2. Quoeficiente de Inovação / ROI de Inovação, que mensura quanto de receita e retorno estamos obtendo de novas linhas, produtos, etc;
  3. Taxa de Reinvestimento / Taxa de Crescimento do Patrimônio.

E por que esses indicadores são complementares a geração de lucro?

Eles o são, pois não olham para o passado como a lucratividade medida, que não garante sucesso perene, mas sim, constroem pontes para o futuro ou para decisões futuras.

 

Exemplificando o ROIC:

  • Esse indicador é particularmente bom para saber se investir na empresa é válido ou não. Por exemplo, se temos um capital total de R$ 10.000.000 e a empresa (depois da Distribuição de Dividendos) obteve um Resultado Líquido de R$ 100.000, quer dizer que a empresa teve um ROIC de 1%.
  • Isso significa que a empresa produziu um retorno de 1% sobre o Capital Investido. Levando em consideração o risco e o trabalho empregado, talvez fosse mais “seguro” para o acionista, inclusive trocar esse investimento pelo mercado financeiro, que traria maior retorno.

Acredito que nem preciso citar quão importante é o Quoeficiente de Inovação e Visão de Futuro: a Fábula de David, e Golias, Blockbuster x Netflix, está aí para quem quiser entender melhor o que estou dizendo.

Bom, agora você pode pensar: para fazer isso, as empresas precisam ter resultado.

De fato! É um nível antes do outro, não há como pular etapas.

Nenhuma empresa que trabalhe abaixo do breakeven vai conseguir gerar mais equity e patrimônio. Trabalhar acima da “linha negra” do Ponto de Equilíbrio é o que separa os “homens dos meninos”.

Então, o que vemos em comum com os dois mindsets desses empreendedores que citamos acima, que são fantásticos no que fazem?

Eles focam em um “jogo além do lucro”, “one step foward”, um jogo de “geração de valor”, prosperidade e crescimento futuro.

Jogar o jogo da “Geração de Valor”, é ir além, mas o ponto principal aqui é: como dar esse passo se ainda estou no “degrau de baixo”?

Para se gear resultados consistentes, seja para reinvesti-lo ou para gerar “equity”, nós entendemos a empresa através do Iceberg de Gestão, que é extremamente simples, mas muito ignorado no dia-a-dia:

Para gerar resultados, devemos entender três degraus na nossa empresa: o que vemos, o que ignoramos e como reagimos, pois, só assim é possível entender “qual jogo nossa empresa está jogando”.

E, se não se convenceu ainda, você pode ler esse artigo da Forbes, de Ken Hackel, que fala muito sobre mensuração de Performance com base no ROIC.

Bem, espero ter auxiliado você a expandir sua mente e visão sobre o que acabamos de falar: Lucro é excelente, crescimento sustentável e com visão de futuro, é ainda melhor.

Grande abraço e muito sucesso!

Sobre o Autor:Victor Vitorette
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Victor Vitorette é Diretor das Operações com mais de 20 anos de carreira nas áreas de Gestão de Custos, Produção Industrial e junto à Ferreira Filho Associados, geraram mais de R$ 1,35 Bilhão em resultados nos clientes, através da aplicação de metodologias voltadas a Redução de Custos e Despesas e Aumento de Faturamento.
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